sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Garoto Pedro Arthur deixa hospital após cirurgia rara no Brasil

Pedro após cirurgia que impantou marca-passo para estimular músculo responsável pela respiração. (Foto: Divulgação/Instituto Pedro Arthur)


   Ele é a 1ª criança na América do Sul a ter esse tipo de marca-passo, diz médico. Pedro contraiu meningite ainda bebê e ficou tetraplégico; hoje tem 8 anos.

    O garoto Pedro Arthur, que virou símbolo de combate à meningite, recebeu alta nesta sexta-feira (24) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e retorna para Belo Horizonte. Ele estava internado desde o dia 29 de dezembro e foi operado para a implantação de um marca-passo diafragmático para dispensar o uso de respirador mecânico.
  Pedro tem oito anos e contraiu meningite bacteriana pneumocócica quando ainda bebê. Ficou sete meses internado e saiu do hospital com tetraplegia, uma sequela da doença. Desde então, a família busca tratamentos para melhorar a qualidade de vida do garoto, que não teve o sistema cognitivo afetado. Em 2006, os pais criaram um instituto para divulgar informações sobre a doença, e o caso dele se tornou bastante conhecido na capital mineira e em outros estados.
   A cirurgia foi realizada no dia 7 de janeiro. O procedimento foi possível porque a família ajuizou ação na Justiça para que governo do estado de Minas Gerais pagasse pela cirurgia, orçada em R$ 500 mil. A ação foi deferida pelo Tribunal de Justiça de Minas em outubro do ano passado.

   O recém-operado, os pais e uma irmã mais nova devem chegar às 15h desta sexta-feira (24) em Belo Horizonte. Segundo o cirugião torácico Rodrigo Sardenberg, Pedro já consegue respirar três horas sem os aparelhos, apenas com o estímulo do marca-passo diafragmático, um resultado acima do esperado. A expectativa do médico é que entre três e seis meses o menino já consiga respirar totalmente sem a ajuda dos respiradores mecânicos e que a traqueostomia possa ser removida.


Cirurgia rara
"O marca-passo tem várias vantagens. A primeira é a despreocupação com o respiração mecânica, que  depende de bateria e ainda é ruim para os pacientes falarem e engolirem. Outro ponto é o risco de infecção, que cai drasticamente. Além disso, é a questão da reinserção social", disse o cirugião Rodrigo Sardenberg. O marco-passo diafragmático não dispensa bateria, mas é bem compacto e funciona como um rádio-transmissor. A antena fica presa à pele do paciente com uma fita adesiva logo abaixo dos dois mamilos. Segundo o médico, Pedro Arthur foi a primeira criança a passar pelo procedimento na América do Sul. Anteriormente, ele já havia operado dois adultos. O aparelho estimula a respiração espontânea, permitindo que o paciente deixe de usar equipamentos mecânicos, que dependem de energia elétrica.
O marca-passo chegou ao Brasil há cerca de um ano e sua difusão poderia permitir uma grande economia com internações, de acordo com Sardenberg. “Hoje, a instalação do aparelho gera uma economia de 15 a 20 mil dólares por mês, por paciente, nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, é estimado que cerca de mil pessoas poderiam ser beneficiadas por este aparelho, a maioria está internada”, disse. Segundo o médico, em todo o mundo, cerca de três mil pessoas usam o equipamento.
Fonte: G1 Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário