quarta-feira, 26 de junho de 2013

Apenas 7,5% da Caatinga está protegida


A Caatinga é considerada por especialistas o bioma brasileiro mais sensível à interferência humana e às mudanças climáticas globais. Apesar disso, apenas 7,5% de seu território está protegido em Unidades de Conservação (UCs) e apenas 1,4% dessas reservas são áreas de proteção integral.

O alerta foi feito pelo biólogo Bráulio Almeida Santos, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba (CCEN/UFPB), durante o quinto encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação, organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP no dia 20 de junho.

“A região Nordeste tem 364 reservas registradas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Apenas 113 (ou 31%) têm como objetivo proteger a Caatinga, embora esse bioma seja predominante em todo o semiárido brasileiro. É uma contradição que precisa ser revertida”, afirmou Santos.

Ainda segundo o levantamento feito pelo biólogo, quase metade das 113 UCs são particulares e apenas 9% têm plano de manejo. Na avaliação de Santos, a situação reflete a ideia errônea, porém disseminada durante muito tempo, de que a Caatinga seja um bioma pobre, homogêneo e no qual não há “quase nada a ser preservado”.

“A Caatinga sempre foi o patinho feio dos biomas brasileiros. Em primeiro lugar, vem a preocupação com a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. A imagem da Caatinga é a do solo rachado e a do gado morrendo de sede, mas é a região semiárida com a maior biodiversidade do mundo”, afirmou Santos.

As espécies da Caatinga, no entanto, ainda são pouco conhecidas. Cerca de 41% do bioma nunca foi amostrado. Até o momento, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, foram descritas na região 932 espécies de plantas, 241 de peixes, 79 de anfíbios, 177 de répteis, 591 de aves, 178 de mamíferos e 221 de abelhas. No caso da flora, mais de 30% das espécies descritas são endêmicas, ou seja, não ocorrem em nenhuma outra região do mundo.

O índice de endemismo chega a 57% no caso dos peixes, 37% no caso de lagartos, 12% dos anfíbios e 7% das aves, segundo dados apresentados por Adrian Antonio Garda, do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CB/UFRN), durante o evento.

“O número de espécies descritas pode parecer pequeno quando você compara com os outros biomas brasileiros. Mas estamos comparando com biomas do país de maior biodiversidade do mundo e em condições climáticas completamente diferentes. Quando você compara com as regiões desérticas mais bem estudadas da América, a Caatinga apresenta bem mais do que o dobro do número de espécies e com altos níveis de endemismo. Isso apesar de mais de 40% do bioma nunca ter sido inventariado”, disse Garda.

Na avaliação de Santos, falta massa crítica dentro das universidades e de institutos de pesquisa locais para ampliar esse conhecimento e difundi-lo entre e os formuladores de políticas públicas. “É preciso levar as informações ao gestor. A falta de vontade política e de lideranças comprometidas com o uso racional da Caatinga é um dos obstáculos para conservação desse bioma”, avaliou.

Também é preciso derrubar o mito de que a Caatinga esteja pouco alterada, defendeu Santos. Estima-se que tenha sobrado apenas 54% do bioma. Os estados que mais desmataram foram Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco.

“Mas, ao contrário do que acontece no caso da Mata Atlântica, não sabemos com precisão o que já se perdeu do bioma e como estão distribuídos os fragmentos restantes. Do ponto de vista da conservação, é fundamental saber se são muitos fragmentos pequenos ou poucos fragmentos grandes para pensar em como reconectar as paisagens”, disse.

Reverter a perda de hábitat na Caatinga, no entanto, não é tarefa simples, explicou Santos. A escassez de água na região dificulta a fotossíntese e faz com que o bioma apresente uma resiliência muito pequena à interferência humana.

Fonte: Agência FAPESP via Biologia na rede

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Mais cartazes das manifestações pelo Brasil

Rio de Janeiro (Foto:Adriano Ishibashi/G1)
Belo Horizonte (Foto: Pedro Vilela/AFP)
Rio de Janeiro (Foto: Christophe Simon/AFP)
Rio de Janeiro (Foto: Silvia Izquierdo/AP)
Belo Horizonte (Foto:Raqueil Freitas/G1)
Belo Horizonte (Foto:Raquel Freitas/G1)
Belo Horizonte (Raquel Freitas/G1)
Rio de Janeiro (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Rio de Janeiro (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Avenida Paulista, São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)

terça-feira, 18 de junho de 2013

Brasileiros no exterior apoiam manifestações

Houve protestos em Londres e em Barcelona.
Manifestações em apoio aos protestos no Brasil foram convocadas em diversas cidades.
Fotos retiradas do G1 Notícias


Buenos Aires

Lisboa

Lisboa

Lisboa

Canadá

Portugal
Portugal

Londres
Londres

Londres

Londres

Londres
Londres

Barcelona


Dinamarca

Dilma defende protestos e diz que governo ouve 'vozes pela mudança'

A presidente Dilma durante cerimônia do lançamento do marco regulatório da mineração (Foto: Roberto Stuckert / PR)
A presidente Dilma durante cerimônia do lançamento do marco regulatório da mineração
(Foto: Roberto Stuckert / PR)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (18), durante discurso no Palácio do Planalto, que o governo "está ouvindo essas vozes pela mudança", em referência às manifestações desta segunda (17) que reuniram cerca de 250 mil pessoas em várias cidades do país.
Houve protestos em 12 capitais e em pelo menos outras 16 cidades. Os manifestantes reclamavam de aumento das tarifas de transporte, violência urbana, custos da Copa do Mundo, serviço público, entre outras reivindicações.
"Eu quero dizer que o meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social", afirmou, durante solenidade de lançamento do projeto do marco regulatório da mineração.
As "vozes", segundo Dilma, "ultrapassam os mecanismos tradicionais das instituições, dos partidos políticos e da própria mídia". Nesta terça, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que está "dificil de entender" as manifestações.
A presidente relacionou temas presentes no discurso dos manifestantes e disse que os protestos emitiram uma "mensagem direta" à sociedade e aos governantes. Nessa mensagem, segundo Dilma, está "o repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público"
"Os que foram ontem às ruas deram uma mensagem direta ao conjunto da sociedade, sobretudo aos governantes de todas as instâncias. Essa mensagem direta das ruas é por mais cidadania, por melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, pelo direito à participação. Essa mensagem direta das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade e a preço justo. Essa mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário. Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público", afirmou.
A “mensagem direta das ruas”, disse, comprova o valor da participação dos cidadãos em busca de direitos. “E eu vou dizer aos senhores: a minha geração sabe quanto isso nos custou”, afirmou.

Dilma afirmou que o Brasil "tem orgulho" dos manifestantes, ressaltou o "caráter pacífco" dos atos de protesto e elogiou a atuação das forças de segurança, embora tenha condenado os "atos isolados" de violência.

"O Brasil tem orgulho deles [os manifestantes]. Devemos louvar o caráter pacifico do atos públicos. O caráter pacífico dos atos públicos de ontem evidenciou também o correto tratamento dado pela segurança publica à livre manifestação popular", afirmou.
"Infelizmente, porém, é verdade, aconteceram atos isolados contra o patrimônio público e privado, o que devemos coibir com vigor. Toda violência é destrutiva, lamentável e só gera mais violência. Não podemos aceitar jamais conviver com ela. Isso no entanto não ofusca o espírito pacífico das pessoas que ontem foram às ruas democraticamente pedir pelos seus direitos", declarou.
Para Dilma, o Brasil acordou "mais forte" nesta terça. "A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz da rua, o civismo da nossa população", disse.
Segundo ela, o governo compreende que as “exigências da população mudam”. “Porque incluímos, porque elevamos a renda, porque ampliamos o acesso ao emprego, porque demos acesso a mais pessoas à educação, surgiram cidadãos que querem mais e que têm direito a mais”, declarou.
Do G1, em Brasília

A revolução dos cartazes

O que disseram os cartazes exibidos no que já se chama de Nova Passeata dos 100 mil, ocorrida ontem, no centro do Rio de Janeiro:
Créditos das fotos: Dodô Azevedo