sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

'Beijo de mosca em flor' vence concurso de fotos da Sociedade Ecológica Britânica

Da BBC via G1

  Imagem vencedora foi feita em quintaal na Suécia, por Alejandro Ruete, pós-graduando da Universidade Sueca de Ciências da Agricultura (Foto: Alejandro Ruete/BBC)
Imagem vencedora foi feita em quintal na Suécia, por Alejandro Ruete, pós-graduando da Universidade Sueca de Ciências da Agricultura (Foto: Alejandro Ruete/BBC)


 Observando a parte histórica de Roma, esta gaivota das patas amarelas foi flagrada por Silviu Petrovan e ganhou destaque no concurso (Foto:  Silviu Petrovan/BBC)
Observando a parte histórica de Roma, esta gaivota das patas amarelas foi flagrada por Silviu Petrovan e ganhou destaque no concurso (Foto: Silviu Petrovan/BBC)
A British Ecological Society escolheu as fotos vencedoras de seu prêmio anual. A imagem vencedora foi feita em um quintal na Suécia, por Alejandro Ruete, um pós-graduando da Universidade Sueca de Ciências da Agricultura e mostra uma espécie de mosca pousada em uma flor, numa imagem que lembra um beijo. Tanto que Ruete chamou a foto de "Beijo no Quintal".
Borboletas, libélulas, aves, elefantes, uma cobra e até uma foto de uma zebra morta coberta de moscas foram selecionadas pelos juízes como imagens de destaque em 2014.
A competição é aberta para todos os membros da British Ecological Society (BES) e o painel julgador é formado por membros da organização, ecologistas, funcionários da BES e a editora da fotos da BBC Wildlife Magazine, Wanda Sowry.

As imagens vencedoras em várias categorias estão expostas em Lille, na França, devido a uma parceria entre a BES e a Societe Française d'Ecologie (SFE).
Juízes deram destaque para esta foto feita em um pânano da Sibéria, mostrando uma libélula presa em uma planta carnívora (Foto: Roxane Andersen/BBC)
Juízes deram destaque para esta foto feita em um pânano da Sibéria, mostrando uma libélula presa em uma planta carnívora (Foto: Roxane Andersen/BBC)
 Flagradas durante o acasalamento, que dura apenas alguns segundos, estas libélulas venceram na categoria Ecossistemas e Comunidades (Foto: Karine Monceau/BBC)
Flagradas durante o acasalamento, que dura apenas alguns segundos, estas libélulas venceram na categoria Ecossistemas e Comunidades (Foto: Karine Monceau/BBC)
 Imagem de uma cobra saindo da água de uma lagoa na Romênia venceu na categoria Organismos Completos e Populações (Foto: Silviu Petrovan/BBC)
Imagem de uma cobra saindo da água de uma lagoa na Romênia venceu na categoria Organismos Completos e Populações (Foto: Silviu Petrovan/BBC)
 Um ganso-patola adulto conduz três filhotes em uma corrente de ar nos penhascos de Hermaness, ponto mais ao norte das Ilhas Britânicas (Foto: Leejiah Dorward/BBC)
Um ganso-patola adulto conduz três filhotes em uma corrente de ar nos penhascos de Hermaness, ponto mais ao norte das Ilhas Britânicas (Foto: Leejiah Dorward/BBC)
 Imagem mostra moscas se juntando em uma zebra que acabou de morrer (Foto: Stephen Pringle/BBC)
Imagem mostra moscas se juntando em uma zebra que acabou de morrer (Foto: Stephen Pringle/BBC)

Iguana de três caudas é encontrada em sítio no interior do RN

Animal foi achado no município de Lagoa Nova na tarde desta terça-feira (27) (Foto: Bárbara Azevedo/G1)
Animal foi achado no município de Lagoa Nova na tarde desta terça-feira (27) (Foto: Bárbara Azevedo/G1)
Uma iguana com três caudas foi encontrada na tarde desta terça-feira (27) no município de Lagoa Nova, a 198 quilômetros de Natal. A veterinária Sâmya Felizardo informou que é comum que alguns répteis consigam soltar a cauda para distrair possíveis predadores. As fotos foram enviadas ao G1 pela ferramenta VC no G1.

"Em algumas vezes a iguana não consegue desprender a cauda, fazendo com que ela se regenere e outra nasça. Encontramos com certa frequência a bifurcação. Com três caudas é mais raro, porém pode acontecer", acrescentou a veterinária.

O coordenador de Agricultura da Prefeitura de Lagoa Nova, Wallace Frade explica que o animal foi encontrado no sítio em que sua cunhada, Bárbara Azevedo, mora. A iguana havia sido vista na região há cerca de 20 dias, mas só agora os moradores perceberam a anomalia.

Caudas causaram estranheza em Lagoa Nova, interior do Rio Grande do Norte (Foto: Bárbara Azevedo/G1)
Caudas causaram estranheza em Lagoa Nova, interior do Rio Grande do Norte (Foto: Bárbara Azevedo/G1)Do G1 RN

Misteriosas manchas fluorescentes iluminam o mar de Hong Kong

Da Associated Press via G1 Natureza
 Foto feita com longa exposição mosra o brilho da Noctiluca scintillans na costa de Hong Kong (Foto: AP Photo/Kin Cheung)
Foto feita com longa exposição mosra o brilho da Noctiluca scintillans na costa de Hong Kong (Foto: AP Photo/Kin Cheung)

A costa de Hong Kong foi tomada recentemente por misteriosas e fascinantes manchas de azul fosforescente. Apesar da beleza, esse fenômeno é preocupante e potencialmente tóxico, segundo biólogos marinhos.
O brilho é um indicador da proliferação de um organismo unicelular chamado Noctiluca scintillans e o fenômeno é apelidado de "mar brilhante". A Noctiluca scintillans parece uma alga. Mas, tecnicamente, pode funcionar como animal ou como planta.
Esse tipo de proliferação é desencadeado por poluição agrícola, que pode ser devastadora para a vida marinha e para a pesca local, de acordo com a oceanógrafa da Universidade da Georgia Samantha Joye , que mostrou à Associated Press fotos da água brilhante.
'Magnífico, mas lamentável'
 Brilho fosforescente azul é provocado por organismo unicelular chamado Noctiluca scintillans (Foto:  AP Photo/Kin Cheung)
Brilho fosforescente azul é provocado por organismo unicelular chamado Noctiluca scintillans (Foto: AP Photo/Kin Cheung)

"Essas fotos são magníficas. É apenas extremamente lamentável que a misteriosa e majestosa tonalidade azul seja criada pela Noctiluca", afirmou Samantha em um e-mail nesta quinta-feira (22). De acordo com ela e outros cientistas, este é parte do problema que está crescendo no mundo todo.
Noctiluca é um organismo formado por uma única célula que come plâncton e é comido por outras espécies. O plâncton e a Noctiluca se tornam mais abundantes quando o nitrogênio e o fósforo de escoamentos agrícolas aumentam.
Diferentemente de outros organismos similares, a Noctiluca não produz diretamente substâncias químicas que posssam atacar o sistema nervoso ou outras partes do organismo.
Mas estudos recentes mostram que ele pode estar ligado a eventos que foram nocivos à vida marinha local. O papel da Noctiluca tanto de presa como de predador pode aumentar o acúmulo de toxinas provenientes de algas na cadeia alimentar, de acordo com o oceanógrafo R. Eugene Turner, da Universidade do Estado da Louisiana.
Apesar de fascinante, brilho pode ser sinal de poluição  (Foto: AP Photo/Kin Cheung)
Apesar de fascinante, brilho pode ser sinal de poluição (Foto: AP Photo/Kin Cheung)

Espécie rara, tubarão-boca-grande fica preso em rede de pesca nas Filipinas

Tubarão-boca-grande é retirado do mar por pescadores nas Filipinas (Foto: Reuters/Rhaydz Barcia)
Tubarão-boca-grande é retirado do mar por pescadores nas Filipinas (Foto: Reuters/Rhaydz Barcia)
Pescadores das Filipinas se surpreenderam ao encontrar uma espécie rara de tubarão presa em suas redes de pesca. O tubarão-boca-grande, cujo nome científico é Megachasma Pelagios, tinha 4,5 metros de comprimento.
Ele foi capturado acidentalmente nesta quarta-feira (28) na costa da região central das Filipinas. A espécie pode chegar a até 5,2 metros e viver por até 100 anos.
Foi preciso usar um tipo de uma maca com cabos de aço para retirar o corpo do tubarão da água. O Departamento de Pesca e Recursos Aquáticos da província de Albay, nas Filipinas, vai abrir uma investigação para determinar a causa da morte do exemplar.
Fonte: G1 Natureza

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Zoológico de Berlim apresenta ao público tigre de cinco semanas

Do G1, em São Paulo
Tigre de semanas de idade, Alisha é apresentada ao público do Zoológico  Tierpark Friedrichsfelde, em Berlim (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)
Tigre de semanas de idade Alisha é apresentada ao público do Zoológico Tierpark Friedrichsfelde, em Berlim (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)

O zoológico Tierpark, em Berlim, apresentou nesta quinta-feira (22) para o público a pequena tigresa Alisha. Ela é uma dos três filhotes de tigre-de-Amur, ou tigre-siberiano, nascidos no estabelecimento em dezembro. Mas seus dois irmãos morreram porque a mãe, Aurora, não conseguiu produzir leite suficiente para alimentá-los.
Depois das mortes dos outros filhotes, o zoológico resolveu alimentar Alisha com mamadeira. Hoje, com cinco semanas de vida, ela toma 200 ml de leite três vezes por dia e de vez em quando come um pedaço de carne.

Alisha é cercada por fotógrafos durante sua apresentação em zoológico de Berlim (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)
Alisha é cercada por fotógrafos durante sua apresentação em zoológico de Berlim (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)

Tigresa Alisha é a única sobrevivente de ninhada de três tigres (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)
Tigresa Alisha é a única sobrevivente de ninhada de três tigres (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)

Pescadores capturam raro tubarão 'pré-histórico' na Austrália

Tubarão-cobra foi encontrado por pescadores australianos: corpo parece o de uma enguia (Foto: www.setfia.org.au/Divulgação)
Tubarão-cobra foi encontrado por pescadores australianos: corpo parece o de uma enguia
(Foto: www.setfia.org.au/Divulgação)
Um grupo de pescadores capturou um exemplar de um raro tubarão-cobra, conhecido como o "fóssil vivo", nas águas do sudeste da Austrália, informaram nesta quarta-feira (21) os meios de comunicação locais.
Este tubarão, cujo nome científico é Chlamydoselachus anguineus, tem a cabeça e a cauda como as de qualquer tubarão, mas seu corpo é mais parecido com o de uma enguia. Ele tem cerca de 300 dentes distribuídos em 25 fileiras. Já foram encontrados fósseis dessa espécie com mais de 80 milhões de anos.
Exemplar de tubarão-cobra encontrado tem 2 metros de comprimento (Foto: www.setfia.org.au/Divulgação)Exemplar de tubarão-cobra encontrado tem 2 metros
de comprimento (Foto: www.setfia.org.au/Divulgação)
O exemplar, de cerca de dois metros de comprimento, foi capturado perto dos lagos Entrance, no estado australiano de Victoria, e segundo Simon Boag, da Associação da Indústria de Pesca com Rede do Sudeste (SETFIA), é a primeira vez que o animal é visto na região.
"Realmente parece que existe há 80 milhões de anos. Tem um aspecto pré-histórico, parece ser de outro tempo", disse Boag à emissora local "ABC".
Os cientistas da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade da Austrália (CSIRO) confirmaram que se trata de um tubarão-cobra, uma espécie conhecida pela comunidade científica, mas raramente avistado por pescadores.
Geralmente este animal é visto em profundezas de mais de 1,2 mil metros, embora o exemplar capturado estava a cerca de 700 metros.
Fonte: G1 natureza

A destreza e beleza dos cães embaixo d'água

 Border collie Gidget, de 6 anos, é fotografato (Foto: Seth Casteel/BBC)
Border collie Gidget, de 6 anos, é fotografato para o projeto (Foto: Seth Casteel/BBC)
O fotógrafo americano Seth Casteel descobriu, por acidente, um novo ângulo para fotografar cachorros: embaixo d'água. Tudo começou quando, durante uma sessão de fotos, o cão da raça cavalier king charles spaniel Buster decidiu pular na piscina em busca de uma bola de tênis.
"Deveria ser um ensaio em terra firme, mas não demorou muito para que Buster mergulhasse na piscina, saindo de lá como um cachorro completamente diferente", relembra o fotógrafo.
"Eu me virava como podia, mas logo percebi que aquelas não eram as fotos de que eu precisava. Então pensei: huuum, como será a aparência dele embaixo d'água? Saí, comprei uma câmera descartável à prova d'água, corri de volta e pulei na piscina."
Casteel trabalhou com mais de 250 cães de diversas raças e idades. A maioria deles nunca estivera embaixo d'água, mas participaram por vontade própria e se divertiram bastante, de acordo com o americano.
As imagens estão no livro "Cachorros submarinos", publicado no Brasil pela Editora Intrínseca.
 Cavalier king charles spaniel Buster foi o primeiro cão a ser fotografado embaixo d'água por Casteel (Foto: Seth Casteel/BBC)
Cavalier king charles spaniel Buster foi o primeiro cão a ser fotografado embaixo d'água por Casteel
(Foto: Seth Casteel/BBC)
 Na foto, o buldogue inglês Coraline (Foto: Seth Casteel/BBC)
Na foto, o buldogue inglês Coraline (Foto: Seth Casteel/BBC)
 Pastor australiano mestiço Jackie alcança a bola de tênis (Foto: Seth Casteel/BBC)
Pastor australiano mestiço Jackie alcança a bola de tênis (Foto: Seth Casteel/BBC)
Pastor-belga tervueren Raika participa de sessão de fotos (Foto:  Seth Casteel/BBC)
Pastor-belga tervueren Raika participa de sessão de fotos (Foto: Seth Casteel/BBC)
 Animais da raça dachshund, como Rhoda, na foto, são dos que mais se transformam embaixco d'água (Foto:  Seth Casteel/BBC)
Animais da raça dachshund, como Rhoda, na foto, são dos que mais se transformam embaixco d'água
(Foto: Seth Casteel/BBC)

Fonte: G1 Natureza (
Da BBC)

RN tenta superar obstáculos para explorar potencial da energia eólica

Em São Miguel do Gostoso, a praia divide o cenário com os aerogeradores (Foto: Felipe Gibson/G1)
Em São Miguel do Gostoso, a praia divide o cenário com os aerogeradores (Foto: Felipe Gibson/G1)
Posicionado na chamada "esquina do continente", o Rio Grande do Norte é responsável pela maior produção de energia eólica do Brasil, pouco mais de 30% do total, mas ainda patina nas tentativas de aproveitar todo o seu potencial e colocar a eletricidade gerada a partir dos ventos como alternativa real no país -- uma oportunidade reforçada após o apagão da última semana.
Investidores do setor alegam que o atraso na construção de linhas de transmissão e uma estrutura melhor no porto de Natal para escoar equipamentos que compõem os parques eólicos são empecilhos para o desenvolvimento.

O RN possui 67 parques eólicos, que produzem comercialmente 1,79 gigawatts de energia, segundo levantamento do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energias Renováveis (Cerne). Dos mais de 130 gigawatts produzidos no país, a imensa maioria vem de hidrelétricas e termelétricas. Os parques eólicos no Brasil inteiro ainda respondem por uma parcela de 3,5%, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na Dinamarca - país tido como referência no setor - esse índice chega a 43%. A meta do país, de acordo com a Agência de Energia Dinamarquesa, é chegar a 2050 produzindo somente energia e calor limpos, eliminando as emissões de dióxido de carbono. Lá, o problema das linhas de transmissão foi resolvido com a construção de cabos subterrâneos.
O Brasil planeja aumentar a produção de energia por fontes renováveis. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2023, do Ministério de Minas e Energia, as energias eólica e solar devem registrar crescimento de 8% nos próximos anos.
Vantagens ambientais
Hugo Alexandre, diretor executivo da Bioconsultants, empresa que presta consultoria ambiental para empresas de energia eólica, diz que termelétricas e hidrelétricas de fato geram mais eletricidade. Mas o diferencial da energia gerada a partir dos ventos está atrelado aos impactos ambientais.

"Toda e qualquer atividade vai gerar impacto, principalmente se for na geração de energia. O importante é sempre tentar casar a geração de energia com a nova política mundial colocada, que é a política da sustentabilidade", afirma Hugo Alexandre. Com base nessa ideia, ele compara a geração de energia eólica com as demais fontes da matriz energética.
Alexandre detalha que os parque eólicos ocupam uma média de 30% a 40% das terras em que são instalados, não geram resíduos e causam pouco desmatamento se comparado às demais fontes da matriz energética. "A eólica convive com outras atividades como pecuária, agricultura e preservação do meio ambiente. É comum você ter em cima as torres gerando em cima e as plantações embaixo. A comunidade e o proprietário da terra podem utilizar a área tranquilamente", conta.
Bacia dos ventos
A vocação natural do RN se explica pela localização na "esquina do continente". O diretor-presidente do Cerne, Jean-Paul Prates, explica que o estado fica no caminho de uma bacia de ventos e é provavelmente um dos melhores lugares do mundo para a energia eólica. "É uma formação regular de ventos que vêm do Atlântico Sul, batem na costa africana e acabam na ponta do Brasil, onde o RN está", observa.

Especializada em energias renováveis, a empresa francesa Voltalia foi uma das que aterrissou no Rio Grande do Norte para explorar os ventos. Com 15 projetos contratados por meio de leilões organizados pelo governo federal, o diretor geral da empresa, Robert Klein, afirma que os investimentos não devem parar por aí.

"Já investimos cerca de R$ 400 milhões e no conjunto de todos os projetos devemos chegar a um valor entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões. Queremos ampliar os parques e estamos estudando participar de novos leilões", afirma.
Voltalia iniciou operação do parque eólico de Areia Branca no fim do ano passado (Foto: Divulgação/Voltalia)
Voltalia iniciou operação do parque eólico de Areia Branca no fim do ano passado (Foto: Divulgação/Voltalia)
A Voltalia iniciou em novembro deste ano a operação comercial de um dos três projetos do complexo eólico de Areia Branca, no litoral Norte potiguar. A empresa já começou a construção de oito parques nos municípios de Serra do Mel e São Miguel do Gostoso, também no litoral Norte. Outras quatro usinas estão contratadas para serem implantadas em Serra do Mel.
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Visual nas margens das estradas traz aerogeradores no RN (Foto: Felipe Gibson/G1)Visual nas margens das estradas é repleto de 
aerogeradores (Foto: Felipe Gibson/G1)
Expansão
As empresas que atuam no Rio Grande do Norte planejam se expandir no estado. Levando em conta a operação de todos os projetos, está prevista para os próximos anos a geração de mais de 4 gigawatts, segundo previsão da Aneel.

Atualmente, o destaque fica por conta da região do Mato Grande, onde estão os municípios deJoão Câmara e Parazinho, cidades com a maior parte dos projetos funcionando comercialmente, além dos parques em construção e contratados.

Fora as regiões localizadas no litoral ou próximas dele, o estado também possui projetos em construção em regiões serranas, onde a força e constância dos ventos são influenciadas não pela proximidade do mar, mas sim pela altitude. A região chamada de Serra de Santana, onde estão as cidades de Lagoa NovaBodóSantana do MatosFlorânia e Tenente Laurentino Cruz, também aparece no mapa eólico do estado.
O processo
Toda a energia produzida, independente da fonte, vai para as redes do Sistema Interligado Nacional. O diretor de Energia Eólica do Cerne, Milton Pinto, costuma fazer uma analogia para explicar a distribuição da energia no país (veja o vídeo).
"É semelhante a uma grande piscina em que as fontes jogam água. Cada uma joga um tipo de água. A água da piscina será um mistura de cores que representa energia elétrica consumida no final", diz.
O processo de geração de energia eólica começa quando o vento atinge o aerogerador. De acordo com o professor Alexandro Vladno, coordenador do curso de energias renováveis do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), o fluxo de ar faz as pás girarem, gerando um movimento mecânico(veja o vídeo).
Rocha acrescenta que um gerador transforma a energia mecânica em elétrica. A eletricidade então segue para o transformador e é adequada para entrar na rede elétrica. Na subestação, o nível de tensão é adaptado para chegar ao consumidor.

Atrasos em linhas de transmissão
Dono da maior potência eólica instalada em todo o país, o Rio Grande do Norte tem como principais concorrentes para atrair projetos os estados da BahiaCeará e Rio Grande do Sul. A presidente da Associação Brasileira Energia Eólica, Elbia Melo, explica que os leilões têm se tornado cada vez mais competitivos e que a questão da infraestrutura tem pesado.

Atrasos nas linhas de transmissão deixaram projetos parados no RN (Foto: Felipe Gibson/G1)Atrasos nas linhas de transmissão deixaram
projetos parados (Foto: Felipe Gibson/G1)
No caso do RN, a perda de espaço em alguns leilões tem uma causa específica apontada por especialistas: o atraso na entrega das linhas de transmissão – responsáveis por levar a energia gerada nas usinas para as redes distribuidoras da eletricidade.
Embora acredite que a demora na entrega das linhas tenha sido um fator de desequilíbrio em leilões pontuais, a presidente da Abeeólica não acha que os dados sejam tão relevantes.
"Os leilões estão extremamente competitivos. Vencem os que possuem melhores condicões de infraesturura, onde entram as linhas de transmissão. Esse atraso colocou o Rio Grande do Sul um pouco a frente dos estados do Nordeste em alguns leilões porque lá as linhas de transmissão já estavam construídas", analisa Elbia Melo.

Logística
A infraestrutura do Rio Grande do Norte para receber os projetos também é um dos alvos de questionamentos nas discussões sobre energia eólica. O material usado na construção dos parques chega em navios e é transportado em carretas, que acompanhadas pela escolta de batedores, chegam até os empreendimento para serem montados. Por serem equipamentos pesados, as torres e pás usadas nos aerogeradores precisam de espaço para serem escoados. É aí onde, segundo investidores, reside um dos problemas.

Por estar localizado em um bairro de ruas estreitas como a Ribeira, na Zona Leste da capital, o porto de Natal exige uma logística mais complexa para o transporte dos equipamentos.
"É um porto confinado por terra", afirma o diretor geral do Cerne, Jean-Paul Prates. A falta de espaço também impede o desenvolvimento da cadeia produtiva no entorno, como acontece nos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, constantemente escolhidos como pontos de transporte de carga dos parques eólicos instalados no RN.
Para a presidente da Abeeólica, Elbia Melo, a questão portuária é o que falta para um salto ainda maior do Rio Grande do Norte no setor. "Não é um porto adequado para este tipo de operação. São máquinas grandes, pesadas e que requerem um cuidado especial. A logística é um ponto muito importante. Tanto que os portos maiores atraem muitos fabricantes de equipamento. O porto de Natal não tem condições físicas para receber o tipo de carga que um empreendimento eólico movimenta", opina.
Fonte: G1 RN / Felipe Gibson e Fred Carvalho